terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Então é Natal...





Final de ano é sempre uma correria. 

Confraternizações, férias, presentes, comidas, roupas, ajuste de agendas, compras, filas sem fim, vaidades e festas. Época de esperança, renovação e amor...

Será mesmo?

Aquela velha frase pode ser um chavão, mas ainda é válida e profunda para quem desejar ver além das entrelinhas: "Então é Natal, e o que você fez? O ano termina e nasce outra vez".

Será que uma noite de Natal pode trazer o que não foi cultivado durante o ano dentro do coração e nas atitudes de cada um?

Porque as pessoas se iludem com cores, amores e sabores das festas de fim de ano, acreditando que usar roupa de determinada cor, pular ondas, comer lentilhas ou o virar de uma noite e o número de um novo ano vão simplesmente trazer algo mágico, novo e todo o velho será deixado para trás, como se um novo ser nascesse, surgisse das cinzas dos fogos que saúdam a chegada de um novo ano.

Todos clamam por tantas mudanças, mas nada ou pouco fazem para se tornar a mudança que desejam ver no mundo.

Jesus, ao final de tudo, nos deixou apenas duas orientações:

1. Ame o próximo como a si mesmo;
2. Faça aos outros somente aquilo que gostaria de receber.

Difícil não? Você conseguiu praticar esses ensinamentos durante o ano? Eu ainda estou caminhando. Mas, insisto e persisto no aprendizado, uma luta diária entre todos os seres que vivem dentro de mim, que precisam de atenção, equilíbrio, amor e empatia.

Não há mudança efetiva quando não olhamos para dentro de nós mesmos. Não há nada fora. Não adianta apontar dedos. Eles sempre se voltarão para você.

Então, que tal se comprometer a fazer um novo ano de verdade? Sem ilusões, sem culpados, sem vítimas, apenas com a reforma íntima, observando e estudando a si mesmo, tendo como alicerces o amor, a empatia, a paciência e a persistência. Cultivar pequenas e boas atitudes com as pessoas e com os animais. Não desista na primeira decepção. O mundo ainda vai te magoar e decepcionar várias vezes e a culpa não será das pessoas, mas sim daquilo que se espera delas. Isso mesmo, tudo está em você.

Não há espírito de Natal que apareça em uma noite apenas. O Natal acontece todos os dias, durante todo o ano e em toda a nossa vida.

O Natal brilha quando você estende a mão para alguém, doa palavras, atitudes, coração, compreensão, paciência e perpetua gestos no caminho do bem. 
Quando você alimenta outra vida, seja ela humana ou animal. 
Quando você aprende com seus erros e acertos.
Quando você reflete e decide ser alguém melhor, seja por pequenas ou grandes atitudes. 
Quando você não engana a si mesmo e aos outros.
Quando é uma pessoa ética e age de acordo com aquilo que fala.
Quando tem paciência e amor com todo mundo, mesmo com aqueles que acha que não merecem. 
De repente, você percebe que quem doa amor, recebe mais amor ainda, e entende como funcionam as leis da Natureza. Não há colheita sem plantio. E tudo está em suas mãos.

Então, vamos comemorar o Natal, mas não somente um dia, que esse espírito se perpetue em nós, nos guiando e orientando, nos imprimindo forças de assumirmos responsabilidades e vitórias por quem somos e por quem ainda seremos.

Ah, mas não espere o Ano Novo para que tudo se renove. Esse poder está em você. Como já diria Goethe: "Ouse fazer e o poder lhe será dado". 
Não aguarde o virar de uma noite para mudar tudo. Seja você a mudança. Seja seu próprio ano novo.
Determine, acredite, pense, aja e realize. Cultive seu jardim e faça por merecer a colheita e a visita das borboletas. 

Comemore! Mas, sem fogos por favor. Alguns minutos de brilhos no céu para o seu deleite, mas uma eternidade de consequências com muito medo, acidentes e até mortes para nossos irmãos animais, que possuem uma audição potente e não entendem o porquê de soltarmos bombas no céu para recepcionar um ano que de novo não tem nada. 
Seres humanos são estranhos mesmo.

O ano novo se repetirá sempre. As oportunidades não.

Encare a si mesmo. 
Transforme suas sombras. 
Comemore suas luzes. 
Seja o próprio fogo renovador de sua vida. Nada vem de fora.

Amor, consciência e evolução.

Feliz Renascimento!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O Mito da Caverna e os Meios de Comunicação



O Mito da Caverna, escrito por Platão no Livro VII, da República, traz a narrativa do diálogo de Sócrates com Glauco e Adimato, onde Platão discute sobre a teoria do conhecimento e narra a história de prisioneiros de uma caverna que, acorrentados desde sempre, acreditam na realidade das sombras que passam em frente as chamas da luz de uma fogueira. Contudo, em determinada ocasião, um deles consegue se libertar e sair da caverna, descobrindo então a realidade e tendo acesso ao conhecimento do mundo que o cerca. Entretanto, ao retornar à caverna com o intuito de literalmente libertar seus colegas, estes não aceitam o que ouvem e acabam com a vida do prisioneiro que havia se libertado.


É de se concluir que os prisioneiros estavam mais presos às suas crenças e medos do que às suas correntes, haja vista que passaram tanto tempo a ver sombras que não aceitaram a possibilidade de existir realidade diversa da que conheciam e onde se sentiam confortáveis.


A alegoria da caverna nos mostra que o pensamento de Platão divide o mundo em duas realidades, quais sejam, a sensível, que traduz o mundo da imperfeição, pois é percebida pelos sentidos; e a inteligível, que traduz o mundo das ideias e vai de encontro à verdade possível para o homem. Quer dizer que todo homem deveria ir em busca do mundo da verdade para chegar ao bem maior da vida, almejar o conhecimento das realidades que o cercam, a fim de não serem enganados com a transitoriedade dos sentidos.


De tal forma, transportando a alegoria da caverna para os dias atuais, podemos questionar quais são as cavernas com as quais nos envolvemos e nos aprisionamos pensando serem verdade.


Talvez estejamos vivendo a era da manipulação e alienação linguísticas, achando que somos livres em meio à tanta facilidade de comunicação e democracia. Talvez somente estejamos acorrentados, mas agora com maior variedade de sombras a nos iludir.


Diante de tal reflexão, podemos dizer que atualmente os meios de comunicação são os detentores do poder e quem possui poder garante o resultado da ação do outro. Do outro que acredita na sombra que vê, sem questionamentos.


Assim, os meios de comunicação ditam valores, manipulam o inconsciente coletivo e ditam comportamentos. Uma reportagem por exemplo, muitas vezes pode ser tendenciosa, revelando apenas recortes e não os fatos em sua totalidade, somente o que lhe é conveniente, em consonância com seus interesses e a grande massa acredita, sem qualquer reflexão, trazendo à baila o contraste entre o conhecimento da verdade e a informação ilusória e manipuladora. 

Outrossim, pode-se dizer que as novelas também distorcem a realidade, já que ditam modismos e produzem gêneros, fazendo com que as pessoas reproduzam comportamentos sem perguntarem a si mesmas se tal atitude faz parte de sua verdade ou não. As pessoas não conhecem a sua verdade, não são sua própria referência, então seguem vendo as chamas da caverna, mas sem enxergar que há um mundo fora dali.


Por outro lado, podemos pensar que os meios de comunicação trouxeram evolução, assim como as redes sociais, mas será que o problema está no instrumento ou em quem o recebe e conduz?

Será que o problema está na forma como o homem se limita justamente por não se conhecer e se conformar com as migalhas que lhe oferecem? As correntes invisíveis que os modelos e a inconsciência de si lhe impõem.


Quando pensamos em meios de comunicação podemos associar tal ideia ao dinheiro e ao poder, que estão sempre ligados à manipulação, pois movem o nosso sistema, controlam a realidade que desejam que o homem acredite como única possível. De tal modo, não há interesse no despertar da consciência das pessoas. Nesse ponto, podemos dizer que o papel das redes sociais pode assumir duplo sentido, alienando ou despertando as pessoas. O que você escolhe?


Talvez o mito da caverna tenha muito a ver com filmes como Matrix e A Ilha, assim como com a obra de George Orwell, 1984, onde o “Estado” dominava a sociedade de diversas formas, sendo uma delas a proibição da escrita, impondo um vocabulário denominado “novafala”, onde constantemente o nome das coisas era modificado, assim como o sentido, as palavras eram reduzidas para que as pessoas não pudessem se manifestar e desta forma o controle sobre elas era cada vez maior até chegar a sua totalidade.


Posto isso, pode-se dizer que a realidade distorcida é ausência de razão e de auto conhecimento. Opinamos e julgamos, mas sem passar pelo crivo do mundo inteligível, somos reféns das emoções. Não sabemos dosar os mundos e tirar o melhor deles. Vê-se o mundo pela óptica de outras pessoas.


A ausência de reflexão e busca pela verdade faz com que os que estão na caverna acreditem que estão seguros na luz das chamas da fogueira, o que causa inércia de questionamento e faz as pessoas se acharem vítimas e desejarem receber um mundo sempre pronto, assim como é a caverna. Na realidade se tornam vítimas de si mesmas e do sistema, assim, os meios de comunicação e os detentores do poder se aproveitam da lacuna que as pessoas têm de si mesmas.


Ainda hoje, grande parte da sociedade é prisioneira da caverna, e olha para aqueles que fogem do sistema e do controle e os julgam, os “matam” com críticas e julgamentos. O sistema tenta abafá-los manipulando informação contra eles. A grande massa social quer que todos fiquem dentro da caverna a fim de se sentirem seguros em seu mundo de sombras.


Em suas cavernas, os prisioneiros têm medo da mudança, são cômodos e vivem apoiados em uma falsa segurança, no conhecimento raso e ilusório.


Assim, o mito da caverna é tão atual quanto toda a tecnologia que nos cerca.


A sociedade vem, ao longo da história, lutando por liberdade, mas será que sabem o que fazer com essa liberdade? Será preciso caminhar em tal busca sob o solo da verdade e do conhecimento real.


Será que nessa busca pela liberdade e confusão de valores, não estamos voltando para a caverna a fim de observar as sombras?


Vivemos o tempo dos excessos para aliviar ansiedades, verdades e responsabilidades, pois, o conhecimento é um caminho sem volta e talvez, quanto maior seja a evolução, maior seja a solidão e o homem ainda não saiba viver bem consigo mesmo e por isso ceda à companhia, ilusões e ideias dos colegas prisioneiros da caverna.


O quanto ficar preso às correntes da caverna é conveniente?


As redes sociais hoje, trazem a falsa condução ao mundo das ideias, pois mobilizam grande potencial, mas também exercem controle e manipulação. É preciso estar sempre atento. Utilizar as chamas da fogueira da caverna para iluminar os próprios passos rumo à verdade.


Isso porque, temos excesso de informações e opiniões, mas falta de conhecimento e sabedoria. O homem vem caminhando através da informação enquanto a vida acontece em algum lugar onde ele não consegue levantar os olhos para contemplá-la e participar efetivamente do processo.


A porta da caverna sempre estará aberta. O homem não pode se entregar aos extremos, deve buscar e encontrar o ponto de equilíbrio entre a consciência de si mesmo e daquilo que o cerca. Entender o limite e ir além dele. 
Aprender a olhar o real diferente dos outros, a fim de ser sua própria referência e sua própria chama, ser a luz e a sombra a iluminar os próprios passos na busca da verdade e da evolução.


Mas, afinal... estamos fora da Caverna?


Caminhemos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Onde você está?






Existe apenas um céu e um inferno. 
É onde estamos agora e o que fazemos de nós.
Plantio e colheita. Essa é a lei.
Onde você se colocou?
Tudo começa e termina em você.
Quer conhecer uma pessoa que pode modificar sua vida por inteiro: olhe no espelho!
A vida não espera ninguém.
Transforme-se!

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Sobre a felicidade



As pessoas buscam a felicidade em tantos caminhos, mas será que procuram no lugar correto?

Será mesmo que a felicidade pode ser achada em apenas um único lugar, pessoa, tempo ou situação?

O conceito de felicidade, na verdade, é muito relativo, e muito tem a ver com o universo de cada um. Entretanto, a maioria das pessoas se deixam levar pelos apelos do mundo e acabam por frustarem-se, empreendendo buscas em um caminho utópico, em uma quimera. E quando passam perto daquilo que julgam ser a felicidade tão almejada, encontram apenas satisfação, mas não felicidade.

É preciso ter atenção com aquilo que te seduz... Cuidado ao abraçar conceitos impostos pelo inconsciente coletivo de Jung e acreditar que a felicidade é algo mágico que mudará sua vida, um conceito trazido pelo mundo líquido que a tudo consome e nada dá em troca, a não ser mais exigências, desejos e vazios.

Descobrir a sua verdade, mas não sem antes descobrir quem você é, quem é você despido dos apelos sociais.

O que é sua essência e o que está aí dentro colocado pelo mundo de fora.

Quem tem muito dentro, precisa de pouco fora.

Não, não há receita para a felicidade, mas há uma fórmula para a insatisfação, esta reside no verbo comparar.

Comparação... um erro cometido pelas pessoas que almejam a felicidade, porque comparar-se é ver o mundo pelos olhos do outro, é distanciar-se de si.

A natureza não repete, somos únicos. Embora vivamos em uma sociedade que clama e impõe igualdade.

E aí reside o desafio da felicidade: ser diferente em um  mundo de pessoas iguais e padrões previsíveis... pessoas perdidas... e insatisfeitas. Sempre querendo mais, consumir mais, ter mais.

Ser.

Troque o verbo.

Tenha coragem de mergulhar em si mesmo e se conhecer, extrair o melhor e o pior de si.

A felicidade mora nos detalhes. 

Quantas vezes ela já pode ter passado por você e, ao esperar grandes feitos, acabou por deixá-la escapar por entre seus dedos, apoiado em padrões, dogmas, crenças, culpas e ideias falsas... todos te levando para longe de si mesmo e da felicidade.

A felicidade... está à sua disposição.

E você, está disponível para ela?

Mergulhe em suas sombras, renasça em suas luzes e tenha coragem de ser feliz.


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Tempos Líquidos

Em uma sociedade de tempos líquidos, nada é feito para durar. 

Laços humanos. Verdades. Amor. Liberdade. Segurança.

As pessoas não conseguem cultivar raízes porque a ansiedade e a superficialidade as fazem querer tudo agora. Buscam aparências e cascas. Se satisfazem com formas e não se importam com o conteúdo.



Vivemos tudo aquilo que não dá trabalho. 



Estamos no tempo das pessoas rasas, líquidas, iguais... 

O grande desafio desse tempo é ser diferente. Buscar profundidade e significado em uma época onde tudo é consumível e descartável.

Seja a exceção nesse mundo louco de pessoas tortas.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Plantio e colheita


A consciência é uma semente próspera, brilhante e promissora, mas que enfrenta um árduo caminho rumo à evolução.

É uma semente de luzes e sombras, mas que ao vingar, trará novo fôlego e ideias de transformação àqueles que a sabem cultivar. No entanto, muitas sementes ainda são jogadas em terrenos inférteis que não conseguem entender a magnitude da colheita se tal plantio for cultivado.

Consciência no plantio.

Felicidade na colheita.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Nosso irmãos Animais


Mudar a vida dos Animais está em suas mãos, reflita, repense, reaja.

Consciência
Amor
Compaixão
Respeito




"O homem implora a misericórdia de Deus mas não tem piedade dos animais, para os quais ele é um deus. Os animais que sacrificais já vos deram o doce tributo de seu leite, a maciez de sua lã e depositaram confiança nas mãos criminosas que os degolam. Ninguém purifica seu espírito com sangue. Na inocente cabeça do animal não é possível colocar o peso de um fio de cabelo das maldades e erros pelos quais cada um terá de responder".
(Buda)

A Consciência dos Animais



Repetir padrões sem questionamentos não é rotina, é inconsciência.

Inconsciência geralmente atribuída aos animais, mas porque?

Pelo fato de não poderem se expressar por palavras como a raça humana? Ou pelo fato de o próprio ser humano se denominar como a única espécie "pensante" do planeta?

Pois bem. Pensar não significa acertar. Pensar não traduz consciência.

O ser humano pensa e destrói o planeta que o abriga e sustenta.

E por meio da inconsciência explora seus irmãos animais de todas as formas possíveis, ignorando o fato de possuírem sensibilidade, bem como a capacidade de sentirem alegria, dor, medo, amor e todos os sentimentos atinentes às pessoas.

Stephen Hawking, o maior físico do mundo, juntamente com o grande neurocientista Philip Low, atestam, após um longo e sério estudo, que os animais possuem consciência.

É chegado o momento de rever padrões e posições.

Questiono-me o porquê da imprensa não divulgar largamente esta importante descoberta. É um fato que muda a história da humanidade, mas talvez a grande pergunta seja: É conveniente tal divulgação?

Conveniente para o sistema capitalista que assola os animais por meio de sua utilização na alimentação, na indústria de calçados e roupas, nos testes cosméticos, de medicamentos, de estudos de psicologia e outras infinidades de crueldades as quais os seres "irracionais" são submetidos.

O que é mais importante, a consciência ou a conveniência?

Não podemos mudar a gigante indústria de exploração animal? Pense novamente. Referida indústria somente existe devido ao consumo alimentado pelos seres humanos, por nós, pela ignorância, pela inconsciência, pela inércia, pela omissão, por não olhar para o outro e querer que ele receba o mesmo que gostaria de ter para si.

Nada pode ser mudado em grande escala, em uma única ação. Isso se chama utopia. 

Nada pode ser modificado por discussões sem objetivo e recheada por críticas somente. Isso se chama acomodação e covardia.

O mundo só muda a partir do individual. Pelo conhecimento. Pela educação. Pelo amor. Pela ação.

Os animais merecem respeito e proteção. Podem não falar uma só palavra, mas têm muito a nos dizer.

E vc? Poderá continuar dizendo que não sabia e não era possível?

Pense nisso.

E comece a agir.

Entrevista:

"Não é mais possível dizer que não sabíamos", diz Philip Low

Neurocientista explica por que pesquisadores se uniram para assinar manifesto que admite a existência da consciência em todos os mamíferos, aves e outras criaturas, como o polvo, e como essa descoberta pode impactar a sociedade

O neurocientista canadense Philip Low ganhou destaque no noticiário científico depois de apresentar um projeto em parceria com o físico Stephen Hawking, de 70 anos. Low quer ajudar Hawking, que está completamente paralisado há 40 anos por causa de uma doença degenerativa, a se comunicar com a mente. Os resultados da pesquisa foram revelados no último sábado (7) em uma conferência em Cambridge. Contudo, o principal objetivo do encontro era outro. Nele, neurocientistas de todo o mundo assinaram um manifesto afirmando que todos os mamíferos, aves e outras criaturas, incluindo polvos, têm consciência. Stephen Hawking estava presente no jantar de assinatura do manifesto como convidado de honra.


Marco Túlio Pires

Estruturas do cérebro responsáveis pela produção da consciência são análogas em humanos e outros animais, dizem neurocientistas.
Low é pesquisador da Universidade Stanford e do MIT (Massachusetts Institute of Technology), ambos nos Estados Unidos. Ele e mais 25 pesquisadores entendem que as estruturas cerebrais que produzem a consciência em humanos também existem nos animais. "As áreas do cérebro que nos distinguem de outros animais não são as que produzem a consciência", diz Low, que concedeu a seguinte entrevista ao site de VEJA:
Estudos sobre o comportamento animal já afirmam que vários animais possuem certo grau de consciência. O que a neurociência diz a respeito?

Descobrimos que as estruturas que nos distinguem de outros animais, como o córtex cerebral, não são responsáveis pela manifestação da consciência. Resumidamente, se o restante do cérebro é responsável pela consciência e essas estruturas são semelhantes entre seres humanos e outros animais, como mamíferos e pássaros, concluímos que esses animais também possuem consciência.

Leia mais: A íntegra, em inglês, do manifesto que afirma a existência da consciência em todos os mamíferos, aves e outras criaturas, como polvos.

Quais animais têm consciência?

Sabemos que todos os mamíferos, todos os pássaros e muitas outras criaturas, como o polvo, possuem as estruturas nervosas que produzem a consciência. Isso quer dizer que esses animais sofrem. É uma verdade inconveniente: sempre foi fácil afirmar que animais não têm consciência. Agora, temos um grupo de neurocientistas respeitados que estudam o fenômeno da consciência, o comportamento dos animais, a rede neural, a anatomia e a genética do cérebro. Não é mais possível dizer que não sabíamos. 

É possível medir a similaridade entre a consciência de mamíferos e pássaros e a dos seres humanos? 

Isso foi deixado em aberto pelo manifesto. Não temos uma métrica, dada a natureza da nossa abordagem. Sabemos que há tipos diferentes de consciência. Podemos dizer, contudo, que a habilidade de sentir dor e prazer em mamíferos e seres humanos é muito semelhante. 

Que tipo de comportamento animal dá suporte à ideia de que eles têm consciência?

Quando um cachorro está com medo, sentindo dor, ou feliz em ver seu dono, são ativadas em seu cérebro estruturas semelhantes às que são ativadas em humanos quando demonstramos medo, dor e prazer. Um comportamento muito importante é o autorreconhecimento no espelho. Dentre os animais que conseguem fazer isso, além dos seres humanos, estão os golfinhos, chimpanzés, bonobos, cães e uma espécie de pássaro chamada pica-pica. 

Quais benefícios poderiam surgir a partir do entendimento da consciência em animais? 

Há um pouco de ironia nisso. Gastamos muito dinheiro tentando encontrar vida inteligente fora do planeta enquanto estamos cercados de inteligência consciente aqui no planeta. Se considerarmos que um polvo — que tem 500 milhões de neurônios (os humanos tem 100 bilhões) — consegue produzir consciência, estamos muito mais próximos de produzir uma consciência sintética do que pensávamos. É muito mais fácil produzir um modelo com 500 milhões de neurônios do que 100 bilhões. Ou seja, fazer esses modelos sintéticos poderá ser mais fácil agora. 

Qual é a ambição do manifesto? Os neurocientistas se tornaram militantes do movimento sobre o direito dos animais? 

É uma questão delicada. Nosso papel como cientistas não é dizer o que a sociedade deve fazer, mas tornar público o que enxergamos. A sociedade agora terá uma discussão sobre o que está acontecendo e poderá decidir formular novas leis, realizar mais pesquisas para entender a consciência dos animais ou protegê-los de alguma forma. Nosso papel é reportar os dados. 

As conclusões do manifesto tiveram algum impacto sobre o seu comportamento? 

Acho que vou virar vegano. É impossível não se sensibilizar com essa nova percepção sobre os animais, em especial sobre sua experiência do sofrimento. Será difícil, adoro queijo. 

O que pode mudar com o impacto dessa descoberta?

Os dados são perturbadores, mas muito importantes. No longo prazo, penso que a sociedade dependerá menos dos animais. Será melhor para todos. Deixe-me dar um exemplo. O mundo gasta 20 bilhões de dólares por ano matando 100 milhões de vertebrados em pesquisas médicas. A probabilidade de um remédio advindo desses estudos ser testado em humanos (apenas teste, pode ser que nem funcione) é de 6%. É uma péssima contabilidade. Um primeiro passo é desenvolver abordagens não invasivas.Não acho ser necessário tirar vidas para estudar a vida. Penso que precisamos apelar para nossa própria engenhosidade e desenvolver melhores tecnologias para respeitar a vida dos animais. Temos que colocar a tecnologia em uma posição em que ela serve nossos ideais, em vez de competir com eles.

Matéria originalmente publicada e disponível em:


www.odireitodosanimais.blogspot.com


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Evolução e Amor



A evolução não pode ser pensada ou almejada a curto prazo. Temos que encarar os aprendizados a partir da visão da imortalidade como espíritos que somos em essência em busca de alçar vôos cada vez mais altos no horizonte de nós mesmos.

Como conseguir?

Talvez não haja uma resposta definitiva,  mas caminhos que nos conduzam até ela. Podemos não tê-la, mas sabemos com o cultivo de quais sentimentos podemos caminhar em sua direção: gentileza, caridade, amor, paciência e humildade. Palavras simples ensinadas pelo Cristo,  mas que talvez uma existência não baste para que consigamos colocá-las em prática.

Não atendamos a escuridão dos desejos desenfreados que ainda habitam em nós, mas roguemos ao Alto que ilumine nossos espíritos e corações para que possamos ser o exemplo vivo do amor maior. Além das palavras. Além de nós mesmos. Porque a fé sem obras é morta e a cada um será dado de acordo com suas próprias edificações.

Construção essa que só depende de nós, porque o solo abaixo de nossos pés já fora duramente arado e preparado a custa do sangue daquele que nada queria de nós além da  compreensão do aprendizado do amor. Saibamos viver esse amor em palavras, gestos e pensamentos, elevando o padrão de nossa existência a fim de que possamos nos aproximar de um lampejo de luz que o Mestre emanou em sua passagem pelo solo árido da Terra.

Não permitamos que seja em vão e através da reforma incessante de nós mesmos saibamos crescer e nos fazer merecedores das dádivas do amor.

Saibamos olhar nossa própria vida e tantas outras vidas e espécies com olhos de compaixão, afastando personalismos, melindres e impaciências em detrimento de algo maior. Nos afastemos de nós mesmos e alcemos vôos de amor e indulgência, que após laborioso plantio nos fará retornar às profundezas de nossa alma prontos para colher os doces frutos da estrada de amor que o Pai preparou para nós.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Lição do dia



E no meio do caminho uma mulher desfila e segue sua estrada. Uma pessoa que por circunstâncias a mim desconhecidas, parece morar na rua, mas pelo pouco que a pude observar, cheguei à conclusão que a rua não mora nela.

Arrumada, de postura ereta e digna, vai caminhando a passos firmes com uma flor no cabelo e dignidade nos pés, levando consigo com muito amor, seus três cachorros, vestidos com charme, felicidade e proteção.

Sim, está é uma grande lição para um dia tão bonito: Não importa o que fizeram com você, mas sim o que você fará com aquilo que fizeram com você.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Consciência






Olhe nos seus olhos e reflita sobre o que vê. Sim, esta pessoa é você. Consegue vê-la além do que o espelho reflete? Despida de vaidades, medos, padrões sociais, expectativas e máscaras?

Você quer mudanças, mas consegue fazê-las? Sabe por onde começar? 

É preciso atravessar a densa e espessa camada que o mundo passou em volta do que você é, porque é através dessa camada que todos exigem tudo e você cede, ficando apenas com suas próprias migalhas, sem saber ao certo onde começa o querer da exigência social e onde termina suas escolhas e vontades. 
Você está mesmo consciente de todas as escolhas que faz em sua vida ou está sendo levada pela avassaladora onda que transforma pessoas em códigos de barras, arrastando com ela sonhos e personalidades?

Talvez seja hora de mudar, mas... você já tentou? 

A evolução e a revolução só podem acontecer dentro de nós. Fora é consequência.

Está tentando mesmo ou apenas reclamando?

Tudo é você.

O mundo inteiro resumido em um ser que transmuta e se transforma em tudo que existe. 

Você é um universo.

Mergulhe em si mesma. Volte ao espelho e diga: Muito prazer, adorei te conhecer. Como não te vi antes? O tempo todo você aqui bem em frente ao meu nariz.

Sempre é tempo. Acordar não basta.

Desperte sua consciência.

Mudança






A vida carrega em seu ventre as sementes das lições e aprendizados que espalha pelo caminho. Esse caminho somos nós, que ao vivermos vamos recolhendo ensinamentos e nos transformando E como a fênix aprendemos a transmutar e a renascer das cinzas, nos reinventando.
E ao crescermos aprendemos que a vida clama por mudanças. Nada pode ficar estagnado, observe a Natureza e suas transformações.
Como quando Alice aumentava e diminuía de tamanho para passar pelas portas, nós temos que nos transformar conforme o movimentar da vida e de forma constante. 
Não podemos esperar por ninguém.

De que tamanho você quer ser?
Só depende de você.
Mude.

Ou crie raízes em um terreno onde o solo não te agrada.
Busque a terra com a qual sonha e finque seus sonhos por lá, permita que suas raízes cresçam onde vc deseja e não onde o mundo impôs.
É preciso coragem para sermos nós mesmos.

"Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo" (Gabriel Pensador)

Reflexões de Alice





Alice é uma menina sonhadora e sensível que passeava à noite no mundo encantado de seus sonhos, onde constantemente se deparava com um coelho que estava sempre atrasado, com uma lagarta que filosofava, um gato falante e sábio, uma rainha que gostava de cortar cabeças, um chapeleiro maluco que a levava para um chá e com tantos outros espíritos revolucionários que faziam Alice ter plena certeza que estava louca. Entretanto, em uma noite qualquer seu sonho parecia tangível, real e ela caminhava através do estranho coelho quando mergulhou de cabeça em um buraco que parecia sem fim, mas a levaria ao encontro de si mesma.

Assim, em meio à uma queda grandiosa e psicodélica, Alice se deparou com portas gigantes como suas ilusões, mas que diminuíam como suas certezas em meio a polaridade da vida e de tudo que ela traz.

Alice então percebeu, em um primeiro momento, que devia se adaptar para sobreviver em meio ao caos. E tudo parecia caos. Contudo, ao olhar em volta e reajustar suas percepções, Alice percebeu que o que parecia ser o fim, na verdade era um novo começo.

Alice se entrega e admira a paisagem, quando de repente encontra a lagarta filósofa que lhe instiga a pensar sobre a transformação de si mesma e de tudo que a rodeia. Será mesmo que esta questão de tamanho só envolve aumentar e diminuir fisicamente? Ou nos sentimos maiores ou menores de acordo com aquilo que pensamos sobre nós mesmos, em consonância com o juízo que o outro tem de nós, e ainda do tamanho que a vida nos faz ficar em razão de nossas conquistas ou dissabores? Será mesmo que conseguimos controlar o ego, a vaidade, a humildade,  o aprendizado e todo o mundo de sensações que habita dentro de nós? Temos êxito nesse equilíbrio ou somos meros desconhecidos de nós mesmos agindo juntamente com as circunstâncias, reagindo muitas vezes, nos iludindo tantas outras, sem saber ao menos para onde estamos indo, como quando Alice mergulha no buraco.

Talvez o buraco de Alice seja a própria vida, seus percalços e desafios. Sua dicotomia. Seus desafios e degraus. Tristezas e alegrias. Sol e Lua. Dia e Noite. Chuva e Sol. Lágrimas e Sorrisos. Sombras e Luzes. O buraco de Alice é cada uma de nós percorrendo a própria existência e descobrindo a si mesmas, nos vendo uma nas outras como espelho a refletir tudo aquilo que gostamos e o que não queremos enxergar, mas está lá. Nu e cru. Batendo na cara da existência e dizendo que é preciso enfrentar. E superar. E transmutar. E crescer. E subir de degrau. Não há como fugir, nem disfarçar. A lição nos perseguirá até que seja aprendida.

E quando tudo parecia confuso Alice escuta uma voz doce e misteriosa. E aí vem o Gato. Um gato maluco que fala e cria filosofias. Alice logo descobre que gatos e filosofias são uma mistura que dá certo. Já que os gatos entendem sobre a vida e sabem dos mistérios da existência. E para descobrir tal segredo é preciso saber ler o gato. O que vai acontecer entre um ronronar e outro. Uma espreguiçada aqui, uma boa comida ali, um bom banho e um colo confortável. Porque a vida é assim, descomplicada. E pode ser desvendada com um olhar profundo e um desenrolar de cauda. Nada mais.

Ah, Alice... mas, nem tudo é beleza e mistério. Em um mundo com cartas de baralhos sentinelas e uma rainha de copa que sobrevive de seu desejo de verem cabeças rolarem é imprescindível que saiba discernir o bem e o mal, assim como o bom e o ruim. Nem tudo são flores. Nem todos se entregam a si mesmos. Nem todos são amigos. Os sentimentos não são todos belos e a maioria não quer o seu bem. E isso, nada mais é do que um dos caminhos da vida. Contudo, não é a escolha de Alice. Sua opção é não aceitar e aprender a lidar com a cortadora de cabeças, porque onde a luz chegar as trevas lutarão por sua permanência. E isso é algo mais com que Alice deve aprender a lidar, sem se deixar contaminar. E aprender. E crescer. Alice aprende com a própria sombra: tenta passar por tudo, sem se deixar contaminar com nada. Alice aprende a alinhar palavras e atitudes.

E a jornada de Alice segue. O ponto alto da batalha fica por conta de sua luta com o Jaguadarte, um animal surreal e grandioso que jamais fora derrotado, todavia, sempre esteve lá nos sonhos de Alice a fim de lembrá-la que um dia o confronto seria inevitável. E Alice finalmente se depara com o momento derradeiro. Ela afirma que não consegue. Ainda há mais para descobrir. Sempre haverá.

Será o Jaguadarte apenas a materialização das sombras de Alice e tudo aquilo que ela deve enfrentar dentro de si mesma? Algo tão profundo que existe dentro dela que talvez nem ela saiba. Seus medos, traumas, loucuras, ilusões, incompreensões, abandonos, imperfeições. 

E Alice não foge à batalha e vence. Alice triunfa sobre si mesma. Alice recorda das palavras do gato falante: "vou te contar um segredo: as melhores pessoas são loucas". Alice sorri. É verdade. Normal é aquele que se apega aos detalhes, disfarça a existência, se apega às ilusões e utopias da estrada, querendo se enquadrar em um mundo que exigirá tudo, mas nada nunca será o bastante. 

Louca Alice! Louca! Enfrenta tudo. Olha para si mesma e enxerga a saída do buraco. Oh! Alice, nunca terá saído do lugar? 

Alice reflete. É preciso sair de si, mudar de ares para encontrar a si mesma? Não Alice. A vida toda está dentro de ti. Todos os mistérios do Universo. Desde o céu estrelado até o intangível buraco negro. Tudo é Alice. Tudo é vida. Tudo é aprendizado. Tudo é amor. Transmutação. Energia. Vida. Morte. Flores. Sorrisos. Evolução.

Quantas Alices se encontram e se unem nessa dança sem fim que nos convida a entrelaçar nossos passos, mesmo caindo, errando, tropeçando, sorrindo, bailando de todas e incontáveis formas que nos conduzirão à música que nos fará entender a essência, o mistério da vida. É preciso se entregar.

Alices, tantas Alices. Chegamos no País da Consciência. E aqui somos tantas e somo uma. A mesma alegria, o mesmo medo, a mesma felicidade e o desejo de evolução. De diferentes formas. Desejo profundo transformado em atitudes que nos impulsionam ao crescimento real.

E então Alice realizará o seu voo de Fênix. Das cinzas renascerá. E finalmente descobrirá o segredo de si mesma, a caixa de Pandora do Universo e sorrirá, e com um leve ronronar balançará a cabeça tomando uma xícara de chá e filosofará: Ah, a simplicidade da vida. Singela como uma lagarta que filosofa e descomplicada como o viver do gato.

Entregue-se. 
Liberte-se. 
Somos todos um. 
Boa viagem.